O presente trabalho apresenta resultados de pesquisa que explorou a opinião de meninas sobre o lugar socialmente imposto a elas. Trata-se de um excerto da discussão mais ampla feita na dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás que, ancorada nos pressupostos dos estudos de gênero, teve como objetivo compreender como as meninas lidam com um desempenho escolar considerado insatisfatório pelos seus/suas professores/as. A pesquisa, de natureza qualitativa, abrangeu crianças com idades entre 9 e 10 anos de duas escolas públicas do município de Goiânia. A coleta de dados contou com cerca de 240 horas de observação divididas entre sala de aula, interação entre as crianças no pátio, acompanhamento da sala de professores/as, reuniões com as famílias e conselhos de classe. Foram realizadas também entrevistas semi-estruturadas com docentes e crianças. Com relação ao recorte explorado neste trabalho, os resultados mostram que as meninas questionam os papéis sociais impostos e se posicionam contra a subalternidade feminina, permitindo uma análise decolonial sobre a regulação de seus corpos e as expectativas comportamentais que recaem sobre elas.
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